terça-feira, 31 de maio de 2011

O CONTO DO VIGÁRIO TRABALHISTA

A mais escandalosa de todas as mentiras nacionais e justamente aquela que burramente os trabalhadores mais acreditam, é a safada invenção do Décimo Terceiro salário. Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como é fácil enganar os trabalhadores.

Suponhamos que você ganha 400 Reais por mês. Multiplicando-se esse salário por doze meses, temos ao fim do ano R$4.800.00. Quando chega o Natal, o generoso e cristão patrão manda então pagar-lhe o conhecido Décimo Terceiro Salário ( de mais R$400.00 que somados ao que você recebeu no ano inteiro somam R$5.200.00) e você vai para casa todo feliz com o saboroso sorriso matreiro do patrão.

Agora veja bem o que acontece quando o empregado, ao invés de ouvir as cantilenas dos chefes e procura um simples professor de aritmética do Primeiro Grau e que lhe ensina que você sabiamente faça o seguinte :
Você vai ao seu patrão e lhe diz : Patrão, lamentavelmente meu salário é pequeno e como eu tenho que pagar contas de luz e gás durante esse período e não posso esperar até o fim desse mês para pagar contas atrasadas, rogo-lhe que, como meu salário é de R$400.00 mensais, pague-me R$100.00 por semana (o que dá na mesma coisa – 4 semanas a R$100.00 somam R$400.00 ). 

O distraído patrão concorda ( concorda porque ele geralmente também é burro) e assim fica tudo acertado e você volta para casa tranquilo, porque afinal de contas seu patrão fez-lhe apenas um modesto favor que não lhe custa nada.

Mas aí é que está o engano. E eu pergunto : Quantas semanas tem um ano ? Resposta inteligente : 52 semanas! Já percebeu a jogada ? Ora, se o patrão lhe paga R$100.00 por semana ( ou seja R$400.00 por mês conforme vimos) multiplicando-se esse valor por 52 semanas, temos – voilá ! – R$5.200.00 ! Surpresa surpresa ? Onde está portanto o 13 Salário ? A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes trabalhistas nunca se tenham dado conta desse fato simples.

A resposta é que o patrão lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com cinco semanas. Pagando-lhe mensalmente, portanto, esse patrão sabido se apodera de um dinheiro que não lhe pertence e isso porque o salário é o mesmo tenha o mês cinco semanas, trinta ou trinta e um dias e depois, com um sorriso de crocodilo lhe presenteia um décimo terceiro, dinheiro que saiu do próprio bolso do trabalhador.

Daí que, como palavra final , ai estão as duas maravilhosas mentiras nacionais. Não caiam no conto do vigário. Não existe nenhum Décimo Terceiro. O patrão apenas lhe devolve o que sorrateiramente lhe surrupiou do salário anual.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

TEORIA DOS APAIXONADOS

Este post é dedicado àquelas pessoas que no momento estão apaixonantes apaixonadas. Digo apaixonantes, pois me apaixonei ao “pesquisar” a fundo esses tais seres, tão felizes, rindo por tudo ou até sem motivo, e sempre com aquela carinha besta.
Mas vamos ao que interessa. Nesse post irei relatar sucintamente os dados de minha pesquisa, mostrando as características das 4 espécimes descobertas de apaixonados.
Então lá vai...

O TOINHO DA LUA: Esse é aquele(a) que vive no mundo da lua, olhando pro nada. Viajando na maionese.

 A HIENA SALTITANTE: Esse é o meu preferido. Você, meu querido leitor, alguma vez já se deparou com um ser rindo sozinho? Pois repare. Normalmente essa espécie de apaixonado começa a olhar para o vácuo, e depois, em fração de segundo, entra em estado de transe, e logo após os músculos da face vão se movimentado, e sem perceber, PLUFT, aparece aquele risinho besta, não importa onde seja. No meio da rua, num filme de terror, no enterro, o Riso-solto a qualquer momento entrará em ação. (olhos atentos, ele pode estar ao seu lado)

O DESENHISTA APAIXONADO: Esse é fácil de localizar, basta olhar seu caderno, livro, agenda e etc, pra saber quem é. O Desenhista sempre deixa sua marca onde passa, tipo zorro, mas ao contrário do “Z”, os desenhistas utilizam outro caractere, normalmente corações, mas há variações, e as mais comuns são estrelas, florzinhas, carinhas felizes, e por aí vai. Então não se engane, quando vir alguém desenhando algum desses caracteres compulsivamente. Não tenha dúvida, você está diante de um Desenhista Apaixonado.

A CIGARRA ENGASGADA: Essa espécie até que é bonitinha, mas depois de 10min, é matar ou morrer de dor de cabeça. Esses indivíduos, pensam que estar no estado apaixonado, os fazem virar cantores, e então sem motivo nenhum, começam a cantarolar, e se ninguém contestar, começam a “cantar” mesmo, achando ser O cantor. E o pior são as músicas escolhidas, geralmente bem brega e que todo mundo odeia, principalmente na voz da Cigarra-engasgada. 

E também tem aquele sertanejão clássico, que prefiro nem comentar.

domingo, 29 de maio de 2011

MANIA DE ANOTAÇÃO


Ando com mania de anotação. Anoto tudo o que tenho que fazer. Aí guardo o papel em alguma gaveta, ou envelope, ou deixo no meio dos livros, ou dos cds. E fico tranquilo, pois sei que não preciso me preocupar com tanta coisa ao mesmo tempo. Sei que ali está o que devo fazer. Está escrito. Não vou esquecer. Aí o tempo passa. Um dia. Dois. Três. Cinco... 

E de repente algo me diz que preciso pegar aquele papel, só para ver se está tudo nos conformes. Às vezes o que está escrito ali, eu já até cumpri, sabe. Fiz o que deveria fazer sem nenhum problema, e não precisava nem ter anotado. Às vezes acontece também de ter realizado dois itens, e está faltado um. Ou, às vezes, eu não cumpri nada do que havia escrito, e então vou ter que começar do zero. Acontece também de não saber o que está escrito ali.

Tem vez que anoto no embalo, e fico sem entender o que aquilo quer me dizer. Aí deixo quieto. Nessa madrugada me veio uma idéia de um post para colocar aqui no blog. Só que não anotei. E a infeliz da idéia foi embora. Sumiu...
Deve estar perambulando por algum esconderijo da memória. Se hoje eu conseguir me lembrar, pode saber que publico. Se não conseguir: já era. É assim mesmo. Acontece! Inclusive isso já aconteceu nesse blog, e até nos antigos.

 Vou curtir o fim-de-semana. Façam isso também. Segunda tô por aqui. Computador o tempo inteiro enche o saco, sabia. Tchau. Falou...

sábado, 28 de maio de 2011

FELIZ ANIVERSÁRIO, QUERIDA FILHINHA

Ainda hoje, olho pra você e vejo nos seus olhinhos a mesma alegria e esperteza que via quando você era criança.
É fascinante ver como o tempo passa rápido e principalmente ver como ele se torna indefeso diante de uma personalidade meiga e carinhosa.
Estou certo que nem o tempo e nem as dificuldades serão fortes o bastante para modificar o seu jeitinho doce de ser e talvez por isto você continuará sendo sempre a minha garotinha linda.

Estar ao seu lado nesse dia e poder compartilhar desta alegria é saber que independente de qualquer coisa continuaremos sempre ligadas pelos laços do amor  e da família.

Gostaria de te desejar mil coisas, te dar meus conselhos e minhas dicas de pai.
Mas hoje quero apenas desejar que você tenha tudo que deseja e que tenha um dia inesquecível.

Você é a grande responsável por todos os momentos bons, alegres e felizes que vivemos em família.
Que Deus te abençoe, te guarde e guie seus caminhos.
Te amo, filha querida e feliz aniversário.

 

SEXTA FEIRA


Aproveitanto que o assunto do dia involuntariamente caminhou para a sessão "trabalho", devo salientar também que hoje é sexta-feira. Ultimo dia de trabalho da semana, aquele que a gente vai juntando as coisas que se tem que fazer e vai jogando tudo pra segunda-feira (que por essas e outras razões se torna o pior dia da semana).

Enfim, sexta-feira, todo mundo zangado porque vem trabalhando cada semana mais, porque vai chegando final de período na escola, grana pro fim de ano vai apertando, brigou com a namorada, a mãe não sai do pé, etc.

Como meu sórdido professor dizia, sexta-feira é dia da "perereca beber leite no canudo" Melhor dia da semana, a gente faz tudo com gosto no trabalho (só perde pro dia de receber). Parece que é o primeiro e último dia de serviço, você não sabe de onde está tirando mais forças, mas chega no final dele. Apesar de tudo, o sorrisão tá lá na cara!!
Fica aqui o meu parecer sobre sexta-feira e trabalho...


Sexta-feira só é sexta-feira quando se trabalha.
E prá quem não trabalha, todo dia é sexta-feira.

 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A ÁRVORE

Estático. Nada retorna quando o que passou nunca foi. Ter sido não significa nada. O que poderia ter sido, ou o que era pra ser, foi jamais.

Entenda o que digo: em todos esses anos que passaram, eu nunca de fato fui. A existência foi por mim. Você nunca teve medo de ter sido uma mentira? 

A cada dia nascemos, a cada noite morremos, mas o vento sopra em nós. Ser é um mistério que não ouso entender, mas compreendo. Compreendo agora, com minhas secas nervuras, já que ontem eu não era eu, e amanhã deixarei de ser o que sou, mesmo que aparentemente, sempre me seja.

O ontem é meu ancestral antigo. O anteontem uma nuvem que se dissipou. Que faço do eu que estou agora sendo? Os pés duros, fincados, a cabeça verde a balançar, dando-me a grave ilusão de movimento. E ventre do fruto mais bendito vermelho.

Deus me humilha com sua bondosa tolerância. Tento imitar Deus, tolerando-me: fracasso. Nunca serei Deus, eu que nem em Deus posso crer. Nem Eva, nem a maçã macia.

Eu sou a negra raiz de uma macieira secular que ignora a própria existência. Extático.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

MEDO DE BARATA


Eu admiro as pessoas que tem medo de barata. Porque eu tenho uma verdadeira fobia. Quem dera que fosse apenas medo.

Algumas pessoas acham estranho o fato de eu não ter medo de cobras, sapos e ratos, mas ter esse pavor incrível por barata. A diferença é que cobras, sapos e ratos, não freqüentem o ambiente da minha casa. A barata invade o meu espaço, o meu lar.

A fobia de barata já me fez passar por muitas dificuldades. É vergonhoso ter que pedir para sua esposa matar uma barata para você. Eu sei que eu sou muito mais forte do que uma barata, e que eu poderia matá-la facilmente. Mas eu não o faço, porque fico preocupado que as coleguinhas da barata queiram se vingar, afinal, elas sabem onde eu moro.

Vejam se eu não tenho 7 bons motivos para ter medo de baratas:

1- As baratas caseiras não têm nenhum papel na cadeia ecológica:

Não precisa ter dó de dar aquela chinelada: aqueles monstrengos que vez ou outra aparecem na sua casa para comer restos de comida e disseminar o pânico não têm nenhuma função nobre no equilíbrio da natureza – são só uma praga, e ainda carregam doenças. Mas as que vivem na natureza são importantes, já que contribuem para a reciclagem do material orgânico e servem de alimento para vários predadores.

2- Barata andando pela casa durante o dia não é bom sinal:

As baratas não dormem, mas sabem que é hora de se recolher quando percebem a claridade e só saem quando escurece. Dentro das casas, a hora de ficar quieta no seu canto é enquanto o homem está ativo, oferecendo mais riscos a ela. Então, se você tiver um infeliz encontro diurno com o bicho, fique atento. Baratas em atividade durante o dia indicam que a população está muito alta e não há esconderijos para todas.

3- Elas têm pelinhos no traseiro que lhes dão informações detalhadas sobre o inimigo:

Você que já tentou matá-las sabe: o bicho é rápido e tem um baita reflexo. Isso se deve em boa parte a dois pelinhos que a barata tem no traseiro, chamados cercis. Eles são capazes de perceber movimentos sutis do ar e lhe permitem obter informações sobre possíveis ameaças, como localização, tamanho e velocidade. Além disso, elas enxergam muito bem, mesmo quando não há luz, e seus ouvidos são capazes de detectar até os passos de outra barata.

4- Elas podem roer os seus lábios enquanto você dorme – e deixam ali microrganismos que causam doenças:

Esta é para você nunca mais dormir tranquilamente: as baratas têm o hábito horroroso de roer os lábios das pessoas durante o sono para pegar partículas de alimentos. Isso é ainda pior se considerarmos que os bichos podem carregar a bactéria da peste, da febre tifóide, da cólera, o vírus da poliomielite, de um tipo de herpes e ainda podem transmitir vários tipos de conjuntivite. Escova de dente, para que te quero!

5- Elas têm uma capacidade incrível de se multiplicar e os ovos vingam mesmo quando a mãe morre:

Sabe aquela gosma branca nojenta que explode quando você esmaga a barata? Aquilo é gordura e contém as reservas de nutrientes que vão alimentar as células do inseto quando faltar comida. Ali também existem algumas dezenas de ovos, que podem vingar mesmo depois que a mãe morre. A capacidade de reprodução das baratas é incrível: em 150 dias de vida, uma única fêmea consegue botar cerca de 320 baratinhas no mundo.

6- As baratas conseguem viver vários dias sem a cabeça:

Além de conseguir ficar até um mês sem se alimentar, o inseto ainda é capaz de sobreviver por vários dias sem a cabeça. É que suas principais estruturas vitais ficam espalhadas pelo abdômen e, nesses casos, um gânglio nervoso no tórax passa a coordenar os seus movimentos, permitindo que fujam das ameaças. Como seu corpo tem um revestimento de células sensíveis à luz, ela ainda pode localizar e correr para as sombras. Qual a forma mais eficaz de matá-las, então? Anote: aerossóis e outros produtos na forma líquida são eficientes contra a barata de esgoto (Periplaneta americana); para matar a barata de cozinha (Blattella germanica), as formulações gel são as mais indicadas.

7- Para fugir delas, só correndo para as calotas polares:

Apenas 1% das mais de 4 mil espécies são caseiras. As outras vivem na natureza, e são tão danadas que conseguem viver em quase todos os ambientes naturais, de desertos a florestas tropicais. A sua grande barreira ecológica é o frio intenso, mas nem adianta fugir para a Noruega ou a Finlândia: elas aparecerão em versões minúsculas e vão querer se aquecer no quentinho da sua casa nórdica. A única solução é correr para as calotas polares.

Eu realmente não entendo porque Deus resolveu criar as baratas. Pior ainda. Já que criou, eu não sei  porque  Ele não se livrou delas na ocasião do dilúvio.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

INÉDITO

Eu não vou mentir. Esses jogos de ocultar, interpretar, fazer de conta... Eu não dou conta deles. Deve ter sido algo pro qual não fui programado.

É assim que funciona. Eu te digo o que eu quero e você me diz o que quer. Se der certo todo mundo ganha. Senão… Todo mundo sai perdendo.
E o que pode ser mais divertido do que ganhar? Que dar certo esse encontro de desejos?

Eu passei a tarde de hoje me desconcentrando, desencontrando, desalinhando. Não foi muito bom. Essas milhares de idéias. Fragmentos. Nenhum texto.

Nenhum bom o suficiente pra me deixar satisfeito.
Foi cansativa toda essa força pra me concentrar.
Depois… bem depois… Quando o cansaço já me atirava na cama, quando eu não tinha forças físicas pra escrever, entendi.

Eu preciso me reprogramar. Fazer cara de paisagem, fingir que está tudo bem. Ser mais ato e menos fato.
Esquecer todas as coisas. Tudo que for inútil pro momento, e só religar mais tarde. Bem mais tarde, quando eu puder usá-las. 

Ser qualquer coisa que não eu. Porque ser eu, às vezes dói pra burro.






terça-feira, 24 de maio de 2011

ZERO + ZERO

Eu queria não ser tão traumatizado com as coisas. Mas a minha cabeça é essa bagunça.
Eu começo a me questionar o propósito de tudo e não encontro propósito nem pra mim.

Ás vezes fico inconformado com a minha existência feia e medíocre. Ás vezes o mundo tem muito mais mediocridade e até me sinto bem.
Triste é quando as coisas boas existem e não consigo alcançá-las.

Tudo que é bom, e virtuoso de certa forma, está longe mim. Nada que eu deseje realmente pode ser meu.
Eu me revolto com a vida com mais facilidade do que somo um mais um. Mesmo porque essa equação é difícil e variável.

A verdade é que eu estou cansado. Cansado de babaquices. De gente que não vale a pena. Cansado de tentar ver beleza nesta droga de mundo.
Tudo é podre, tudo é torpe. E pra quem ama com o coração aberto e cheio de expectativas, tudo que sobra é um grande e significativo nada.
Eu tentei por muito tempo construir algo partindo do zero.

Tentei em vão juntar meus zeros pra fazer de mim alguma coisa que valha a pena respirar.
Ocorre que essa equação é mais simples.

Zero mais zero é sempre nada.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

MEDITAÇÕES MATINAIS CRÔNICAS


- Quem foi o infeliz que teve a idéia de criar os videoclipes? Tá certo que era uma invenção inevitável, alguém algum dia ia pensar em juntar as músicas do rádio com as imagens da televisão, mas uma vez inventado, porque continuou até os dias de hoje? Pra mim, eles só servem pra você enjoar de uma música mais rápido, já que você até consegue ouvir uma melodia por um número determinado de vezes antes de enjoar dela, mas uma sequência de imagens passa a ser entediante a partir da terceira vez que você vê. Digo três vezes quando falamos de um raro clipe bem bolado, porque um clipe normal eu já perco a paciência na metade.


- Se tem uma coisa que eu não me acostumo é gordo cabeludo. Não adianta, acho que o cara pode ser gordo ou pode ser cabeludo mas os dois juntos não dá. É medo, raiva, trauma, preconceito, o que seja, mas é assim.

- O que é um filósofo? Tá, vocês podem citar o nome de um monte de filósofos, mas como eles ganharam esse título? A partir de qual momento ele passou a ser considerado um filósofo? Se você me fala que um filósofo é aquele que filosofa, então somos todos filósofos, e quando você for à biblioteca, peça pra passarem todos os livros ali existentes para a seção de filosofia.

- Já se você me diz que para ser filósofo eu tenho que ter minhas idéias publicadas, então Paulo Coelho é filósofo, porque ele publicou toda a baboseira que ele acredita e muita gente o tem como mentor espiritual, por outro lado, Sócrates não seria um filósofo sob esse ponto de vista, porque, pelo que sei ele não escreveu nada.

- Se você diz que pra ser um filósofo eu tenho que elaborar uma filosofia nova, então eu sou um filósofo porque eu já comentei aqui minha teoria sobre as azeitonas, a inutilidade do guarda-chuva, a teoria da festa surpresa, dos shopping centers, das caixas, sobre o desaparecimento dos controles remotos, das sacolas de supermercado, a privacidade no mundo global, o Zé Ruela e por aí vai. Pronto, chega de filosofar. Basta ler meus posts mais antigos.


- Quer me ver zangado é ir a uma lanchonete e me servirem o café com torrões de açúcar. Quem é o animal responsável pelos torrões de açúcar? Por que o gerente opta por colocar torrões de açúcar ao invés do tradicional pacotinho? O pacotinho de açúcar te permite usar só metade, te permite usar um décimo do açúcar ali existente, te permite usar 75 %, quanto você quiser. O torrão, não! É um torrão, dois torrões ou nada. Qualquer medida intermediária se torna impossível.

Será que só eu vejo isso?

domingo, 22 de maio de 2011

ATRASADA

Sempre se atrasava. 
Tinha essa mania irritante e eu com a mais absoluta certeza de que fazia pra incomodar.

Atrasava as contas de luz, gás, telefone, IPTU, IPVA. Atrasava para o cinema, para o jantar, para consultas médicas. Lerdeza em tudo. 20km por hora no trânsito. Não esquecia o aniversário dos filhos, mas o presente só chegava atrasado.

Não se apaixonou quando devia e seu par logo mudou de idéia. Arrumou outra ocupação, outra aflição, outra pessoa.

Triste saber que esse tipo de gente está por aí.
 Se atrasando até para morrer.
Atraso de vida.

sábado, 21 de maio de 2011

FELIZ ANIVERSÁRIO, MEU AMOR.


Obrigado, meu amor! Obrigado por tudo de bom que você têm proporcionado em minha vida.
Obrigado por me ensinar a ser menos egoísta, a ter mais paciência e a pensar mais nos outros.
Obrigado por me confortar com teu sorriso doce de menina e seu otimismo quando tudo parece estar acabado...

Obrigado por não me cobrar nada, quando estou chateado, ou mesmo quando estou errado, e você sabe exatamente o que eu preciso. Um simples abraço, sem palavra alguma...
Obrigado por sonhar comigo, meus sonhos quase impossíveis, e que sempre você dá um jeitinho de se colocar neles...

Obrigado por fazer de tudo para realizar meus pensamentos.

Obrigado pelas suas declarações de amor.

Às vezes fico olhando pra você e me perdendo na sua energia radiante, na força do teus olhos, e na simplicidade do seu ser. Procuro respostas, me questiono a toda hora o que você tem que tanto me encanta, que tanto me faz deixar de ser "estressadão" e engolir pra não brigar com você... Não sei. São tantas qualidades que me completam, são tantos defeitos que me atraem...
E é por isso, que mais e mais queremos viver tudo que está em nossa frente, seja bom ou ruim, mas que seja juntos!

Sempre vamos reconhecer o quanto fizemos diferença na vida um do outro, o quanto tudo foi tão especial...

Afinal, como diz o poeta:
"Que não seja imortal, posto que é chama....
Mas que seja eterno enquanto dure!"

TE AMO.

O PAI DOS BURROS

 Todos voces conhecem a pergunta famosa universalmente repetida: "Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?"

Vêm os que acreditam em exemplos célebres e dizem naturalmente: "Uma história de Napoleão." Mas uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo...


Os que nunca tiveram tempo para fazer leituras grandes, pensam em obras de muitos volumes. É certo que numa ilha deserta é preciso encher o tempo... E lembram-se da Bíblia. Ou das Mil e uma noites.


Pois eu creio que todos esses livros, embora esplêndidos, acabariam fatigando; e, se Deus me concedesse a mercê de morar numa ilha deserta (deserta, mas com relativo conforto, está claro — poltronas, chá, luz elétrica, ar condicionado) o que levava comigo era um Dicionário. Até com algumas folhas soltas; mas um Dicionário.


Não sei se muita gente haverá reparado nisso — mas o Dicionário é um dos livros mais poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros. O Dicionário tem dentro de si o Universo completo.


Logo que uma noção humana toma forma de palavra — que é o que dá existência ás noções — vai habitar o Dicionário. As noções velhas vão ficando, com seus sestros de gente antiga, suas rugas, seus vestidos fora de moda; as noções novas vão chegando, com suas petulâncias, seus arrebiques, às vezes, sua rusticidade, sua grosseria. E tudo se vai arrumando direitinho, não pela ordem de chegada, como os candidatos a lugares nos ônibus, mas pela ordem alfabética, como nas listas de pessoas importantes, quando não se quer magoar ninguém...


O Dicionário é o mais democrático dos livros. Muito recomendável, portanto, na atualidade. Ali, o que governa é a disciplina das letras. Barão vem antes de conde, conde antes de duque, duque antes de rei. Sem falar que antes do rei também está o presidente.


O Dicionário responde a todas as curiosidades, e tem caminhos para todas as filosofias. Vemos as famílias de palavras, longas, acomodadas na sua semelhança, — e de repente os vizinhos tão diversos! Nem sempre elegantes, nem sempre decentes, — mas obedecendo á lei das letras, cabalística como a dos números...


O Dicionário explica a alma dos vocábulos: a sua hereditariedade e as suas mutações.


E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido! Raridades, horrores, maravilhas...


Tudo isto num dicionário barato — porque os outros têm exemplos, frases que se podem decorar, para empregar nos artigos ou nas conversas eruditas, e assombrar os ouvintes e os leitores...


A minha pena é que não ensinem as crianças a amar o Dicionário. Ele contém todos os gêneros literários, pois cada palavra tem seu halo e seu destino — umas vão para aventuras, outras para viagens, outras para novelas, outras para poesia, umas para a história, outras para o teatro.


E como o bom uso das palavras e o bom uso do pensamento são uma coisa só e a mesma coisa, conhecer o sentido de cada uma é conduzir-se entre claridades, é construir mundos tendo como laboratório o Dicionário, onde jazem, catalogados, todos os necessários elementos.


Eu levaria o Dicionário para a ilha deserta. Com certeza.O tempo passaria docemente, enquanto eu passeasse por entre nomes conhecidos e desconhecidos.


Poderia louvar melhor os amigos, e melhor perdoar os inimigos, porque o mecanismo da minha linguagem estaria mais ajustado nas suas molas complicadíssimas. E sobretudo, sabendo que germes pode conter uma palavra, cultivaria o silêncio, privilégio dos deuses, e ventura suprema dos homens.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

SER CHIQUE É PRÁ QUEM PODE...

Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como atualmente. A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão a venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique é preciso muito mais que uns guarda-roupas recheados de grifes importadas. Muito mais que um belo carro Alemão. O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta. Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção com suas risadas escandalosas e muito altas, nem por seus imensos decotes. Mas que, sem querer, atrai todos os olhares, porque tem brilho próprio.

Chique mesmo é quem é discreto, não faz perguntas inoportunas, nem procura saber o que não é da sua conta. Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e abominar a mania de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e as pessoas que estão no elevador. É lembrar do aniversário dos amigos. Chique mesmo é não se exceder nunca. Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. Chique mesmo é olhar no olho do seu interlocutor. É "desligar o radar" quando estiverem sentados a mesa do restaurante, e prestar verdadeira atenção à sua companhia. Chique mesmo é honrar a sua palavra. É ser grato a quem lhe ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.


Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, mas ficar feliz ao ser prestigiado. Mas para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre do quanto que a vida é breve e de que vamos todos para o mesmo lugar. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se cruzar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem.

Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

SADISMO CRÔNICO


O gato vê no quintal uma borboleta  e espreita. Observa armando um bote.

Depois que ele consegue pegar, começa uma farra sádica de jogar o bicho de uma pata pra outra.
Liberta por alguns instantes, a borboleta  já não voa. Meio tonta, meio danificada, ela rodopia no chão numa tentativa de recuperar os sentidos para tentar escapar.

O gato, bicho esperto, prende entre a pata e o chão uma das asas da borboleta e volta ao sadismo.
Uma mulher observa a cena. Ela não está de bom humor naquele dia.

Um dia que começou com ventanias e de repente ficou abafado. Um bom dia para observar o gato que tortura a borboleta no quintal.

Ela pensa que queria ser um gato. Queria ser mais sádica. Queria torturar gente, indefesa ou não. Ser mais instinto e menos paixão.

“Essa coisa de ser passional só leva a gente pro buraco.” – Ela pensa.

Ela faz um carinho na cabeça do gato. Levanta e pega a borboleta. Com um alfinete espeta a borboleta num quadro com outras várias borboletas de diferentes cores e tamanhos. O gato a segue e observa. Ela volta ao quintal com o gato trançando entre suas pernas enquanto caminha. 

Qual dos dois é o pior?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

TEORIA DA FESTA SURPRESA

Eu não acredito em festas surpresas. Porque as pessoas organizam a festa bem no dia do aniversário do sujeito, então não tem surpresa. Porque no dia do aniversário o cara suspeita que PODE ter uma festa. 

Qualquer pessoa, quando chega perto do seu aniversário, já fica meio desconfiada, com a pulga atrás da orelha. Fica de olho em qualquer movimentação estranha, principalmente quando, no dia do aniversário, a sua mãe liga pedindo para chegar um pouco mais tarde em casa porque teve que fazer uma dedetização de emergência.

A verdadeira festa surpresa tinha que ser feita uns 3 meses antes. Ou depois. Aí sim seria uma grande surpresa.

Mas eu acho que a maioria das festas surpresas é armação do aniversariante. O cara não quer gastar dinheiro com festa, ai faz um complô com dois amigos mais próximos para eles organizarem uma festa surpresa. Desta forma, os convidados vão dividir os custos e o cara de pau vai comemorar o aniversário sem gastar dinheiro.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ENSAIO SOBRE OS SHOPPING CENTERS

Certo dia, resolvi ir a um dos Shoppings Centers de Salvador com o intuito de escrever, posteriormente, este texto. Por isso, a pressa e o olhar despercebido não me fizeram companhia. Observei tanto as coisas e o movimento das pessoas, que um dos seguranças do Shopping veio em minha direção e me disse:


- Posso ajudar em alguma coisa? Fique a vontade, mas saiba que estou de olho em você!


Nada respondi, apenas sorri! Diante do imprevisto, tomei distância do citado segurança, trajado de preto, portando um olhar ameaçador, e fui a outro local, no terceiro piso do prédio.
Diante desta situação, percebi que o Shopping não é lugar de gente à toa. Para permanecer ali, é preciso estar em movimento, olhando as mercadorias visando comprá-las. Mesmo que não as compre, é preciso passar a idéia de que vai comprar. É o que as pessoas fazem. Olham, tocam, perguntam, admiram, desejam e quando não podem comprar, sonham em comprar as coisas.


Para despertar o desejo das pessoas, as coisas precisam estar bem expostas e num colorido irresistível. Há uma exploração da beleza e da estética. Tudo parece perfeito, tudo combina com quem quer que seja. Numa loja de roupas, mal olhamos uma peça, o/a vendedor/a se aproxima e diz:


- Esta ficou linda em você! Foi feita pra você!


No Shopping as pessoas são bem recebidas e bem tratadas. É uma educação que, às vezes, nos causam impaciência. E quando o vendedor ganha comissão por produto vendido, a situação torna-se intolerável. Apelam desesperadamente! Há certa insistência nas vendas: as pessoas compram mesmo sem necessidade. É a lógica do mercado: às vezes, você não precisa de nada naquele dado momento, mas o mercado lhe convence de que precisa de tudo o que está exposto. É a força da propaganda, da publicidade; no ditado popular: “a alma do negócio!”.


Percebi que, ao entrar no Shopping, as pessoas perdem a noção do tempo. O tempo não existe! A satisfação dos desejos as transporta para uma realidade semelhante a do paraíso: tranqüilidade e paz perpétua. Não encontramos pessoas tristes no Shopping, todas estão sorrindo, alegres, aparentemente felizes. Há pessoas que diante do estresse e das obrigações impostas pela vida procuram um Shopping para relaxar. Muitas vezes, é melhor ir ao Shopping no domingo à noite. Há, também, aquelas pessoas e famílias que passam todo o domingo no Shopping, pois encontram de tudo para passar bem o dia.


No Shopping não há nada de natural, desde os produtos até o sorriso das pessoas, tudo é superficial. Há algumas plantas naturais sufocados pelas luzes artificiais e “estressadas” por estarem fora de seu habitat natural. Tudo é superficial e fabricado para durar pouco: a descartabilidade é característica fundamental na constituição do lugar. A alegria das pessoas, tanto do cliente quanto do vendedor, está em função do descartável. Ao sair do Shopping, as pessoas voltam ao peso do cotidiano e a alegria desaparece. Mesmo não comprando os produtos, alegremente, se satisfazem em observá-los na exposição fascinantes das vitrines.


Percebi, ainda, que é quase impossível as pessoas saírem do Shopping sem comprar alguma coisa. Tudo é facilitado. Há mercadorias para todas as classes sociais: pobres, médios e ricos podem e devem comprar. O cartão de crédito foi criado com este objetivo: levar as pessoas às compras. A tentação é tão grande que muitas pessoas se viciam em comprar, se endividando e perdendo o crédito no mercado. Com o cartão você não precisa levar dinheiro: ele vale dinheiro. Tudo se torna mais cômodo e seguro. A regra é facilitar a vida das pessoas. Quanto mais rico for o indivíduo mais consumista ele se torna.
Quem não compra nem vende não serve para o mercado, torna-se objeto descartável.


No Shopping há lugar para todos, ninguém é impedido de entrar: pobres e ricos, negros e brancos, bonitos e feios, religiosos e ateus, felizes e infelizes. O Shopping não tem preconceito para com as pessoas, há produtos para todos os gostos e para todo tipo de gente. Ao inventarem o Shopping, pensaram justamente nisso: num só lugar, oferecer um maior número de produtos e serviços. São tantos os produtos expostos de maneira inteligente e criativa, que as pessoas perdem, momentaneamente, a capacidade de reflexão e passam a acreditar em tudo o que está sendo dito e/ou oferecido. 


Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PECADO MORTAL?

A Santa Bíblia promulga em seus estatutos bíblicos que os 10 pecados mortais devem ser evitados e combatidos, e ainda, os 07 pecados capitais devem ser evitados a ferro e fogo.
 Ora, isso há milênios passados...

Se Moisés inventasse de chegar ao mundo hoje, aliás, mais perto de nós, aqui pelo Brasil nesses idos de vacas, pensões e absolvições, certamente ele faria não só 10 mandamentos e nem a Bíblia citava só 07 pecados capitais, e sim uma verdadeira constituição de mandamentos, tal a grandeza das falhas humanas.

 
Mas falemos da gula. Oh pecado mortal que remonta os séculos santos e seus povos. Fico cá pensando harmoniosamente em um saco de jujubas: desde aquele tempo, Jesus já via que a fome do povo era exagerada. Todavia, eu prefiro pensar que era a falta de comida que alimentou a gula daquele povo. 

Também, cá pra nós, a dieta era bem pobrinha né? Peixe e pão...Pão e peixe. Fala sério... Os doces sem criatividade, o açúcar era só de mel. As frutas não eram suculentas tendo em vista a geografia e o ecossistema do lugar. E chocolate então! Nossa, como sobreviviam sem ele? 

Pois bem. Não vou mentir. Eu assumo. Pronto. Sou um pecador inveterado. Adoro comer. Comer bem. Não abro mão de queijo. Nem lazanha. Adoro pizza. Feijoada. Adoro kibe e empada. Sou fascinado por doce de leite caseiro e de frutas (caju e banana). Me acabo no brigadeiro de leite moça com nescau... E tem mais: Qual de vocês não cresceu ao redor de uma mesa? As conversas, as lágrimas e os sorrisos eram celebrados em volta dela, prova viva que ser glutão, ops, que a gula é nossa amiga desde a tenra infância.

E concluo com o seguinte desejo: Que nenhum de nós ao abrir a geladeira, veja nesse eletrodoméstico a filial do pólo norte: Apenas água e gelo.
JAMAIS

domingo, 15 de maio de 2011

O ZÉ RUELA SEMPRE DEVE PAGAR A CONTA...

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em suas vidas. O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres. Acho importante que eles saibam o que se passa nos bastidores.

Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar. Pronto, acabou seu último minuto de paz. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo: "Vamos jantar amanhã?". Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo: "Claro, vamos sim".

Pronto. Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos e começa a odisséia. Evidentemente, você também pára de comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar porque mulher sempre se acha gorda. Daqui pra frente você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro, e quando sente que vai desmaiar come uma tirinha de queijo de nada. Muito saudável.

Primeira providência: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés tem que estar feitos - e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens) devem estar se perguntando: "Mão tudo bem, mas porque pé se ela vai de botas?". Lei de Murphy. Sempre dá merda. E se o infeliz te levar para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames? Todo mundo te ver com a sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon!

Vai que ele te coloca em alguma outra situação impossível de prever, daquela que te obriga a tirar o sapato? Então é melhor fazer mão e pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino. A mulher passa horas na academia malhando a bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? Na droga do pé! Isso é coisa de... Bem, melhor mudar de assunto...

As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura, retoque de raiz etc. E nessa se vai mais uma hora do seu dia.

Dependendo do grau de importância que se dá ao Zé Ruela em questão, pode ser que a mulher queira comprar uma roupa especial para sair com ele. Mais horas de seu dia. Ou ainda uma lingerie especial, dependendo da ocasião. Pronto, mais horas do dia. Se você trabalha, provavelmente vai ter que fazer as unhas na hora do almoço e correr para comprar roupa no final do dia em um Shopping.

Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila, virilha, sobrancelha etc. etc. Tem mulher que depila até o... Mulher sofre! E lá se vai mais uma hora do seu dia. E uma hora bem dolorosa, diga-se de passagem.

Parabéns, você conseguiu montar o alicerce básico para sair com seu Zé Ruela. Pode ir para a cama e tentar dormir, se conseguir. Algumas ficam nervosas. Se prepare, o dia seguinte vai ser tumultuado. Ah sim, você vai dormir, COM FOME. A dieta do queijo continua.

Dia seguinte. É hoje seu grande dia. Uma passadinha básica na academia, para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão. Não, não é para emagrecer, é para deixar a bunda e as pernas enormes e durinhas porque elas ficam inchadas depois de malhar. Mas supondo que você seja uma pessoa normal, vai usar esse tempo para algo mais proveitoso.

Geralmente o Zé Ruela não comunica aonde vai levar sua pretendida. Surge aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher se quer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não vai nem perceber. Aliás, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estão bonitas, porém, só não sabem o porquê.

E não adianta pedir indicação de roupa para eles, os malditos não dão sequer uma pista! Claro, para eles é muito simples, as "madames" só precisam tomar uma chuveirada, vestir uma camisa Pólo e uma calça e estão prontas, seja para o show de rock, seja para um fondue. Nesse pequeno cérebro do tamanho de um caroço de uva só existem três graduações de roupa: Bermuda + Chinelo, Jeans + Pólo, Calça Social + Camisa Social.
Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou para menos, vem a etapa do banho. Óleos, sabonetes aromáticos, esfoliação, etc.

E o cabelo? Tem gente que tem que fazer uma lavagem especial, com cremes etc. E depois ainda vem a chapinha, prancha e/ou secador. Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Nessa etapa mais tempo é desperdiçado. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel. Como dizia Napoleão Bonaparte, "Mulheres tem duas grandes armas: lágrimas e maquiagem".

Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que mulher acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte...PORCA! Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica péssimo. Se for um desses dias em que seu corpo está...e o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com um pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa. E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar o botão da calça perfura o pâncreas.

Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Aí vem o dilema da lingerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita ou é confortável. Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor da pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa "Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se dane. Você veste a calcinha. Aí bate aquela culpa. Sente culpa se anda com roupa confortável, seu inconsciente já associou estar bem vestida a sofrimento. Aí você começa a pensar: "E se mesmo sem dar para ele, ele  acabar vendo a minha calcinha... Muito danada da vida você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando em sua bunda a noite toda. Melhor prevenir. Nessas horas a mulher emburrece e acha que qualquer deslize que fizer vai espantar o Zé Ruela de forma irreversível.

Os sapatos. Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou é confortável. Geralmente, opte por UMA PEÇA de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito, mas confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Exemplo: Vá com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite o animal vai soltar um "Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar?!". Tente fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Certa amiga me contou que uma vez um sapato  machucou tanto, mas tanto, que fez um bilhete para ela mesma e colou no sapato, para lembrar de nunca mais usar. Porque ela não deu o sapato? Puxa... porque custou muito caro. Posso não usá-lo, mas quero tê-lo, disse ela. Eu sei, eu sou materialista. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito cocô para ver se evoluo espiritualmente! Mas por enquanto, o sapato fica, comentou.

Só quero que os homens saibam que esse é um momento tenso para as mulheres, e que elas ralam bastante para que tudo dê certo. O ar de tranqüilidade que passam é pura cena. Sejam delicados e compareçam aos encontros que marcarem, ok? E se possível, marquem com antecedência, para que elas possam ter tempo de fazer o ritual preparatório com calma...

Apesar desse texto enorme, quero deixar claro que o que eu coloquei aqui é o mínimo do mínimo. Existem milhões de outras providências que mulheres tomam antes de encontros importantes: clarear pêlos (vulgo "banho de lua'"), fazer drenagem linfática, baby liss...enfim, uma infinidade de nomes que a maioria dos homem não tem a menor idéia do que se trata.

Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo "será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar...", começa a bater a ansiedade. Cada uma lida de um jeito. As mais nervosas tem um faniquito e começam a dizer que não querem ir. Não para ele, ligam para a infeliz da melhor amiga e dizem que não querem mais ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia  tiver um AVC é culpa dessa tensão toda que  passou na vida toda em todos os primeiros encontros e que quer voltar tartaruga na próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta te acalmar.

Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o filho de uma égua liga e cancela o encontro? "Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem?". Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! É de matar qualquer uma!!!

Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é simples, que ela levantou da cama e foi direto para o carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido...nunca ousariam remarcar nada. Se dane por aí! Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo! Até porque, a essas alturas, a dieta radical do queijo está quase te fazendo desmaiar de fome, é questão de vida ou morte o jantar!

Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume,
escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um eufemismo na lata da cara:
"HUMMM...tá cheirosa!" (ou seja: passou muito perfume). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural. A maioria não liga, acha que homem que repara muito só pode ser viado, mas isso frustra algumas mulheres. E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rêgo (que por sinal custou muito caro) para nada. Amigos, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar.

No meio da noite, já não sente mais os dedos do pé, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino. Quando ele conta piadas ela ri e pensa: "É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero". A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira.

Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro sempre provoca. Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro. Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque geralmente pagam bem mais do que isso e fazem mais tratamentos estéticos:

Roupa................................................R$ 250,00
Lingerie...............................................R$ 90,00
Maquiagem..........................................R$ 50,00
Sapato.............................................. R$ 150,00
Depilação.............................................R$ 40,00
Mão e pé..............................................R$ 25,00
Perfume..............................................R$ 130,00
Banho de lua e esfoliacao....................     R$ 50,00
E outros de ultima hora.......................   R$ 100,00

Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastam, no barato, cerca de R$900,00 para sair com um Zé Ruela.

Entendem porque eu bato o pé e digo que o homem deve pagar a conta? A mulher gasta muito mais para sair com o Zé Ruela do que ele com ela!