domingo, 30 de outubro de 2011

TUDO A RETALHO.

Antigamente comprava-se quase tudo a retalho na taberna (venda, quitanda).

A retalho significava comprar fracionado. Não existiam ainda as práticas embalagens de hoje com pequenas quantidades. Os produtos vinham em grandes caixas, fardos ou imensos pacotes. O taberneiro fracionava livremente, na quantidade desejada pelo freguês. Litro era uma medida mais comum que kilograma e para vender os líquidos já havia uma medida própria, geralmente um copinho de pinga ou uma espécie de dosador de inox. Para produtos sólidos como sabão em barra e tabaco já havia no balcão do comércio a marcação de um metro dividido em centímetros.

Até cigarros era possível comprar por unidade.

Uma pequena lista de compras na taberna mais próxima de casa era comum ser assim:

250g de açucar;
1 litro de farinha;
100g de manteiga (o taberneiro pesava a quantidade em cima de pequenos quadradados de papel vegetal e fazia um prático embrulho enrolando as bordas);
1 cruzeiro de sabão em pedra;
1 bola de anil;
3 velas;
5 cigarros;
1 caixa de fósforos;
1 medida de azeite;
1 medida de vinagre;
100g de tabaco de corda;
200g de biscoito tobogã (equivalente às rosquinhas mabel de hoje)
e uma pedra de gelo.

Sim, meus amigos. Uma pedra de gelo. Geladeira não era para todos os bolsos. E os menos abastados que desejavam beber água ou um refresco gelado compravam uma singela pedra de gelo, fabricada em latas de leite Ninho, com água da torneira, logicamente. Por apenas alguns centavos de cruzeiro.

Bons tempos... bons tempos!

sábado, 29 de outubro de 2011

O VELHO GOLPE DO GÊLO.


Todo mundo já conhece o golpe do gelo praticado por alguns restaurantes, lanchonetes e cinemas, que consiste em encher ao máximo o copo com gelo para reduzir a quantidade do líquido comercializado. 

Com este golpe, o consumidor perde em média 25% da capacidade do copo.

Na maioria dos estabelecimentos, o atendente questiona:
- O Sr. deseja gelo?
E eu costumava responder:
- Sim, mas traga o gelo num copo à parte, por favor.

Até que, recentemente, quando eu falei isso, o garçom respondeu:
- O gelo não pode vir à parte. Nós utilizamos uma porção padrão de gelo.

Porção padrão de gelo? Agora danou-se.


A partir deste dia, eu comecei a pedir sempre sem gelo. E, depois que o garçom traz o meu copo totalmente preenchido pelo líquido solicitado, sem nadinha de gelo, eu dou alguns pequenos goles bebendo aproximadamente 25% do líquido em estado morno e depois falo:

- Sabe de uma coisa? Coloca aqui a porção padrão de gelo, por favor.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

TEORIA DA TPM.

“Mulher devia ser vendida em loja, como uma coisa qualquer…

Quem tivesse mais dinheiro, e fosse mais ligeiro, comprava  mais mulher!”

Quem já conviveu com mulheres sabe o que é o fantasma da TPM.

Nenhuma delas escapa: nem filha, nem esposa, nem mãe, nem namorada, nem amiga. E acho que nem amante…

Quando o santo baixa, sai de baixo, sai de cima, sai  do lado … Enfim, fuja o mais rápido possível para qualquer canto, onde a tepeemizada não esteja.

Mulher neste estado mete medo até no capeta!
Nem aquelas imagens do  último  tsunami  no  Japão são mais assustadoras do que uma mulher possuída pela TPM.

O jeito é fugir mesmo. Inventar uma viagem sob qualquer pretexto.  Fingir que  se  está doente e internar-se num hospital. Implorar ao patrão para fazer hora-extra, nem que seja de graça!

Qualquer  desculpa  ou artifício são válidos para sumir do campo de batalha. Afinal de contas,  se você escapar de uma facada, pode ser vítima de uma bala perdida.

E pra mim – por incrível que pareça! – foi Deus que inventou a TPM para se vingar do Diabo.

Sim,  porque nos seis dias  de criação, Deus fez o homem e deu-lhe o prazer das mãos…

Foi, então, que, para não ficar pra trás, o Capeta inventou a mulher, e tirou o homem do Paraíso.

Deus também ficou maravilhado com a invenção do capeta…
Fez uma  cópia  de segurança pra Ele  e,  por ser Deus, determinou que  todas  as  demais  remanescentes  do gênero viessem com um pequenino defeito de fabricação: a TPM. 

Um defeito transitório, para lembrar aos “donos da cobra”, que eles  não são assim… tão pau pra toda obra!


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

QUEM GOSTA DE QUIBE?


Se você dispusesse de todo o arsenal de truques que Deus possui e pudesse usufruir do torque divino apenas uma vez, o que você faria?
Sem dúvida, eu exterminaria o quibe da face da Terra.

Calma que eu desato o nó.

Vale frisar que não tenho nada pessoal contra o quibe. Só não acho nada aprazível morder um negócio que parece um toletão de cocô sem gosto algum.

Aí me transportei há vários anos atrás, para a minha não tão saudosa época de boêmia. Tocador de violão inveterado com um bom repertório e uma legião de fãs assídua e pinguça, me encontrava em plena manhã de segunda feira no bar do famoso Juruna com a tradicional roda de amigos a escorar o balcão e degustar um bom “rabo galo”. O papo fluia animado quando necessitei com a devida urgência, uma visita ao mictório que ficava na área externa e lateral do bar.  

Na saída do dito cujo quase piso em enorme cocô de cachorro que inerte e localizado em posição estratégica, esperava por meu pesado pé. Sendo a imaginação de biriteiro um terreno muito fértil, logo visualizei ali um delicioso e apetitoso quibe confeccionado pelas mãos do mais habilidoso Chef de cozinha árabe. 

Rapidamente, fui no bar de Juca que ficava ao lado e pedi emprestado um guardanapo, um pires e uma rodela de limão. Sorrateiramente, apanhei aquele delicioso quibe, enrolei o guardanapo até o meio com todo cuidado e suavemente o depositei no pires ao lado da rodela de limão. Todo esse cuidado poderia até ser dispensado, visto que o dito cujo se achava tão duro e crocante, pelo tempo curtido sob o sol escaldante do verão de Salvador.

Desleixadamente e numa seriedade total, retornei ao meu ponto de origem no balcão, onde a roda de amigos contava piada e falava besteira, e depositei o pires com o meu troféu bem no meio da roda dos buliçosos biriteiros. Só restava agora esperar quem seria o primeiro a dar a triunfal dentada.

E foi justamente quem eu esperava. O finado “Moral”. Baixinho, sergipano, meu vizinho no Condomínio, que adorava brincar com os outros mas não aguentava brincadeira.

 Foi salvo pelo gongo, digo pelo cheiro. Ao invés de levar o quibe à boca e morder, ele antes o quebrou no meio. E o tradicional mal cheiro do cocô denunciou o que de fato era. Foi uma gargalhada só. Total, geral e irrestrita. O finado Moral deu um pinote tão grande que chegou a cair. Foi embora e não voltou mais até à noite. E para nós foi risada até doer a barriga.

Pesam seriamente à favor de minha escolha também o fato do quibe não ser considerado o Top dos salgados das lanchonetes, nem o primeiro a ser comido nas festinhas de aniversário.

Me pergunto se há pessoas que sentiriam falta do quibe.

E você, o que faria se fosse Deus por uma ação?


DESABAFO.


Tem uns Zé Ruelas que andam com o celular no volume máximo tocando música peba por tudo quanto é lugar, com o capeta maligno do celularzinho berrando como se isso fosse a onda do momento. 

Por onde tenho andado encontro esse tipo de abestado com essa mania idiota... 

Droga! Vocês só inventam leseira. 

Bota o fone de ouvido oh Zé Ruela... Ninguém merece! 

 Isso é que é o verdadeiro Ó DO BOROGODÓ!