Gosto quando chove de manhã bem cedo.
É como se o céu visse tudo aqui embaixo e chorasse ou tentasse lavar alguma coisa que os homens não conseguem ou talvez nem enxerguem como suja.
Catamos pedrinhas nesses dias, mesmo que somente na hora da chuva, e as colocamos em seus devidos lugares, porque elas teimam em chegar primeiro, quando deveriam entrar no balde depois, antes apenas da areia, que entra preenchendo tudo, ou quase.
É que a água sempre encontra algum espaço, e a manhã chuvosa parece agir assim... Ela é fria, melancólica e convidativa à reflexão. Rouba-nos a vontade de sair da cama, de deixar a preguiça mental e física de lado, para fingir que aquilo é mais importante do que os pequenos detalhes.
Acaso não são esses como as raposinhas que destroem as vinhas floridas? Acho que sim, mas deve ser culpa da madrugada e da chuva, que sempre me provocam esses tipos de pensamentos.
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