Essa eu vi:
Filho: empurrando carrinho com mangas e abacaxis.
Dá uma bobeada, o carrinho empina… mangas e abacaxis no meio da avenida.
E ouvi no meio da rua:
Pai para o filho:
“Tu num vale uma ruma de bosta!”
Matou a cobra e mostrou o pau!
A expressão perfeita!
Perfeita pra nos dirigirmos àquele político corrupto, àquele motorista de táxi que pega o caminho mais longo, àquele médico mercenário, ao mecânico que inventa defeito no carro, ao dono da padaria que nos vende pão amanhecido, àquele sujeito dono do trânsito, ao policial que nos desacata, ao garçom que nos traz a cerveja quente, àquele peixeiro que nos vende peixe velho…
Àquele dono de supermercado que superfatura os preços, ao jornalista sem escrúpulos, àquela revista que exagera na denúncia sem provas concretas, ao funcionário público burocrata, ao diretor de cinema sanguinário, àquele músico oportunista, àquele poeta do sistema, ao pedreiro que levanta a parede torta, ao encanador que nos faz entrar pelo cano, ao eletricista que nos dá um choque…
Àquele jogador de futebol que perde o pênalti decisivo, àquele cronista lambedor de botas, àquele latifundiário que destrói o cerrado, àqueles banqueiros que aplicam taxas de juros exorbitantes, àquele comerciante desonesto, àquele padre reacionário, àquelas igrejas que cobram dízimos, àquele vizinho antipático, ao Obama, àquele chefe militar da prisão de Guantánamo…
Àquele quitandeiro que nos rouba no peso, àquele escritor que só escreve merda, ao órgão público que nos faz de petecas, ao professor sem nenhum preparo, àquele dentista que nos deixa sofrer, ao laboratório que falsifica medicamentos, àquelas pessoas que roubam dinheiro da merenda escolar, à máfia de Brasília, ao turista que polui o ambiente, ao dono de hotel que exagera nas diárias…
Àquelas pessoas que desmatam a Amazônia, àqueles pecuaristas que derrubam florestas para criar gado, àqueles que são repressores, aos assassinos, aos torturadores, aos homens que espancam mulheres, aos pedófilos, aos homofóbicos, aos racistas, àqueles que espancam crianças, àqueles que fomentam a guerra, aos donos das indústrias bélicas, ao terrorista, àquela empresa de ônibus que não cumpre horário, àquele que fura a fila…
Àquele responsável pelas filas da previdência social, àqueles hospitais onde as pessoas morrem no corredor, àquelas pessoas que não vivem e não deixam viver, etc.
Já pensou a gente olhar bem no fundo do olho do sujeito e dizer:
“Tu? Tu num vale uma ruma de bosta!”
É a expressão máxima de nossa ira, nossa revolta, nossa justiça poética, nossa vingança e por que não da nossa satisfação pessoal.
Pois é, “tu num vale uma ruma de bosta!”
E pronto!
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