Neste mundo está tudo mudado, diria o poeta, parodiando o velho refrão junino! Mudaram as cidades e as pessoas!
Do antes há lembranças de bucólicas ruas, em cujos passeios as famílias se reuniam em fins de tarde, para uma prosa qualquer! Saudades das idas e das vindas ao centro comercial, àPraça da Séou à Praça Municial. Um sorvete no Elevador Lacerda ou um sanduíche bem cuidado em pão de fôrma quentinho na Padaria Confiança, a confeitaria da esquina. Um café pequeno na Rua da Misericórdia e fiar conversa, até começar a sessão do Guarani, para assistir o filme do momento; um enredo de aventura ou uma película romântica dos encantamentos juvenis. Na tela do Liceu, em certo domingo de ares mornos e ventos ausentes, o cantor quase chora: “Por que não paras relógio/Não me faças padecer...”. E o tempo não parou, pintou meus cabelos com a tinta dos anos!
Velhos bondes a se arrastarem da Praça Municipal até o Campo Grande, motorneiro e condutor vestidos a caráter, de terno azul marinho e boné com a chapa e o número. Antigos ônibus elétricos da CMTC, que circulavam na cidade baixa e que quando chegava no Largo de Roma sempre soltava o cabo que o conectava à rede elétrica. Uma calça comprada na Slopper, na Rua Chile, se premiada, garantia outra de graça, para se usar na igreja em dias santos. As Lojas Duas Américas, de muito bom preço também, asseguravam a elegância pouco exigente. Calças que não amarrotavam, de Nycron ou camisas Volta ao Mundo, sem falar na helanca e no buclê. Quando a mescla chegou fez sucesso! Sapatos Vulcabrás, de maior durabilidade, na Clark, contando sempre com o desconto providencial do vendedor: Herval.
Às praias pouco se podia ir! Ninguém tinha carro e Boa Viagem era distante, Barra e Itapoan nem pensar, Pituba, vez ou outra, no Bairro que leva o nome, sobretudo, lugar de veranistas de boas posses. Mulheres exagerando pudores, trajando roupas de banho as mais compostas possíveis, maiôs com saiotes e decotes elevados, a esconderem as intimidades, segredos e sigilos de lindos corpos. Quando o biquíni apareceu, reservava-se às turistas que se hospedavam no Palace Hotel, no centro da cidade, razão para os rapazes escolherem o lugar nesse acolhimento matinal. Sol a pino e belas pernas nas areias cálidas! E as fantasias preenchiam os salitrosos ares daquele mundo dos devaneios pueris, ainda!
A fábrica Souza Cruz apitava às sete e às onze, para garantir a presença dos operários, dos mestres e dos contramestres, liberando-os depois para o almoço, segundo os costumes. Ao meio-dia abraçavam-se os ponteiros e as colegiais retornavam da faina diária dos livros e dos cadernos, desfilavam, na verdade, diante da perplexidade emergente de rapazes aflorando para o exercício do mister maior: a vida!
À distância, numa vitrola de boa sonoridade, ouvia-se a voz de um homem maduro: “Eu era feliz/E não sabia!...”.
Velhos bondes a se arrastarem da Praça Municipal até o Campo Grande, motorneiro e condutor vestidos a caráter, de terno azul marinho e boné com a chapa e o número. Antigos ônibus elétricos da CMTC, que circulavam na cidade baixa e que quando chegava no Largo de Roma sempre soltava o cabo que o conectava à rede elétrica. Uma calça comprada na Slopper, na Rua Chile, se premiada, garantia outra de graça, para se usar na igreja em dias santos. As Lojas Duas Américas, de muito bom preço também, asseguravam a elegância pouco exigente. Calças que não amarrotavam, de Nycron ou camisas Volta ao Mundo, sem falar na helanca e no buclê. Quando a mescla chegou fez sucesso! Sapatos Vulcabrás, de maior durabilidade, na Clark, contando sempre com o desconto providencial do vendedor: Herval.
Às praias pouco se podia ir! Ninguém tinha carro e Boa Viagem era distante, Barra e Itapoan nem pensar, Pituba, vez ou outra, no Bairro que leva o nome, sobretudo, lugar de veranistas de boas posses. Mulheres exagerando pudores, trajando roupas de banho as mais compostas possíveis, maiôs com saiotes e decotes elevados, a esconderem as intimidades, segredos e sigilos de lindos corpos. Quando o biquíni apareceu, reservava-se às turistas que se hospedavam no Palace Hotel, no centro da cidade, razão para os rapazes escolherem o lugar nesse acolhimento matinal. Sol a pino e belas pernas nas areias cálidas! E as fantasias preenchiam os salitrosos ares daquele mundo dos devaneios pueris, ainda!
A fábrica Souza Cruz apitava às sete e às onze, para garantir a presença dos operários, dos mestres e dos contramestres, liberando-os depois para o almoço, segundo os costumes. Ao meio-dia abraçavam-se os ponteiros e as colegiais retornavam da faina diária dos livros e dos cadernos, desfilavam, na verdade, diante da perplexidade emergente de rapazes aflorando para o exercício do mister maior: a vida!
À distância, numa vitrola de boa sonoridade, ouvia-se a voz de um homem maduro: “Eu era feliz/E não sabia!...”.
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