domingo, 13 de novembro de 2011

MÃO DIREITA.


Tudo ficou cinza.

As pessoas em câmera lenta passavam e fitavam-me. 

Meu corpo foi tomado de uma leveza incandescente. Já não possuía controle sobre mim. Estava sozinho e tinha medo. 

Sem identidade pensava na morte. Minhas pernas não agüentaram o peso de meus pensamentos. 

Sem pudores deitei a beira do cordão daquele passeio imundo. Em posição de feto sentia os círculos da vida e de novo a solidão me fez companhia, tentava gritar, pedir socorro, ninguém ouvia.

A multidão observava e nada fazia. Queria apenas um braço amigo que confortasse minha alma. 

Pareciam horas, mas foram minutos intensos. E aquele descontrole que antes parecia revelador passou a ser perturbador. Estava a parte, imbricado em outra realidade. Meus pensamentos, minhas angustias e minhas tristezas.
 Eis que surge um careca e um belo sorriso estendendo sua mão direita.


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