Não faz tanto tempo assim, achávamos que a Terra era plana. Eu sinto uma certa inveja dessa ingenuidade do século 16.
Cada vez que descobrimos uma novidade e desenvolvemos uma tecnologia, o mundo se torna mais caótico e complexo.
Eis o meu grande conflito – que já chamam de “dissonância cognitiva”: amo a sensação de simplicidade da vida do passado, quando a comunicação se dava lentamente e toda a preocupação estava circunscrita ao que acontecia num raio de dois, três quilômetros.
Mas amo também a rapidez do nosso mundo, esse bombardeio constante de notícias que me faz rir com o gol do Brasil marcado na Europa ou chorar com um Tsunami varrendo a costa japonesa.
E vivo esse terrível conflito porque me sinto uma criatura insignificante do ponto de vista planetário, do tempo e do espaço, e de todas essas dimensões incompreensíveis que seguem seu curso me ignorando.
Mas, num processo paralelo, fico surpreso com a importância de cada uma de minhas ações na vida daqueles a quem amo e que me amam.
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