A seguinte carta exemplifica um problema frequentemente enfrentado pelos casados:
Minha querida Judite:
Escrevo-lhe, querida, porque acho que não poderia dizer estas coisas pessoalmente. Só sinto que não tenhamos resolvido isso antes da minha partida para esta viagem de negócios. Acho que isto é um dos nossos principais problemas – parece não haver mais comunicação entre nós, como antes. Talvez a culpa seja minha, por estar tão envolvido no meu trabalho, que não tenha tempo para o meu bem mais precioso – minha família. Parece banal dizer “Eu te amo”, depois de todas as coisas que dissemos um ao outro na noite passada. Pensei muito sobre o que você disse – minhas longas horas de trabalho, e quando estou em casa estou cansado demais para dar atenção a você e às crianças – fazer as coisas de que mais gosto, ao invés de fazer o que você deseja – minha indiferença aos seus esforços como esposa e mãe – o fato de não mais fazermos as coisas que costumávamos fazer juntos. Bem, surtiu efeito, e eu acho que você está certa. Sei que nós nos distanciamos um do outro, mas é difícil saber por que. A única coisa que sei, é que quando você me disse que eu não a amava mais, nada poderia estar mais longe da verdade. Banal o quanto possa ser, quero dizer-lhe que a amo.
Hoje estive pensando no nosso casamento. Lembra-se de como estávamos felizes naquele dia? O que aconteceu desde aí, querida? Onde foi que nos enganamos? Porque o nosso casamento parece ter perdido o vigor? Você me ajudará a descobrir?
Com afeto,
Seu marido que a ama,
Beto.
1 - O que aparentemente aconteceu a essa relação?
2 - O que o casal fez, ou parou de fazer, que sugere que os dois não mais demonstram que se amam?
OUTRA CARTA
Meu querido Tiago:
Às vezes é mais fácil escrever aquilo que a gente realmente sente. Esta manhã, Judite veio aqui para mostrar-me a carta que Beto escreveu para ela. Ah! Foi tão triste ver como o casamento deles deixou de ser o que era. Enquanto Judite lia a carta para mim, agradecia ao Senhor por você e pelo maravilhoso marido que você é. Quero que saiba, Tiago, que meu amor por você, agora, é muito maior do que era quando nós nos casamos. Tentando analisar a razão disso, não consegui isolar uma coisa específica.
Nosso relacionamento parece basear-se no respeito e preocupação real que temos um com o outro. Sou grata especialmente, pela maneira como você me trata. Devo admitir que, quando nos casamos, tive medo de que um dia você deixasse de valorizar nosso relacionamento. Mas você nunca fez isso. As cortesias que você me dispensava durante nosso namoro, continuaram.
Para alguns homens, pode parecer uma coisa insignificante ajudar a esposa a tirar ou vestir o casaco, abrir portas para ela ou expressar seu amor diariamente. Nunca me esquecerei do dia em que você me mandou uma rosa com um bilhete: “Não é nosso aniversário de casamento, não é seu aniversário, mas é um dia especial porque eu te amo.”
Beto disse na carta à Judite, que parecia não haver mais comunicação entre eles. Sou grata, Tiago, porque você sempre arranjou tempo para conversar comigo. Quando você chega em casa do trabalho, e me pergunta como foi o meu dia, faz-me sentir que realmente você se importa.
Só queria dizer que sinto que sou uma das mulheres mais abençoadas do mundo.
Sua esposa que a ama muito,
Ana.
ALGUMAS PERGUNTAS PARA MEDITAÇÃO
Considerando as duas cartas aqui transcritas, responda cuidadosamente às seguintes perguntas:
1 – Quais são algumas das diferenças básicas entre os dois casamentos descritos aqui?
2 – Na primeira carta, Beto mencionou que ele havia deixado que seus negócios se tornassem mais importantes que sua família. È uma tentação esquecer as “pequenas coisas” que significam tanto no casamento, por nos envolvermos demasiadamente em outras áreas, negócios, trabalho de casa e recreação?
3 – Beto também mencionou que ele e Judite não mais faziam coisas juntos. Os casais precisam cultivar um esforço concentrado para planejar ocasiões e que possam estar juntos?
4 – Como um marido e uma mulher enfrentariam cada dia, se realmente se sentissem apreciados e amados?
5 – Como você pode aplicar à sua vida a mensagem dessas duas cartas?
IDEALISTA OU REALISTA?
Algumas pessoas poderão dizer que o relacionamento entre Tiago e Ana não é realista, apenas idealista. Aqueles que sentem isso devem ler cuidadosamente a seguinte declaração:
“Aqueles que permitem que a cerimônia de casamento termine com os dias de namoro, estão cometendo um erro fatal. Se a noiva descobre que seu marido era apenas um ator, antes do seu casamento, e agora que tem o que queria se revela como uma imitação barata do seu antigo eu, em aparência ou conduta, isso seria, na realidade, uma experiência traumatizante.
Evidências e demonstrações do seu amor, e uma prova diária da sua falta de egoísmo em relação à ela e à sua família, farão com que as chamas do amor se tornem mais ardentes com o passar dos anos. Vocês, moças, acham que a mesma atenção aos detalhes pessoais é menos importante depois do casamento? Naturalmente, as mesmas qualidades e traços de caráter que o atraíram quando ele a conheceu, são tão importantes na vida de casada, para manter o ardor da afeição dele e seus desejos românticos, quanto eram durante o namoro”.