Eu odeio "Idealistas de Slogan". Nêgo que quer "passar sua mensagem" se valendo de jargões idiotas”.
Eu odeio "Preconceito Eufemista". Gente que acredita que, se fizer uma pequena ressalva, elimina o pré-julgamento da opinião. Ex: "Toni, veja bem, eu não sou preconceituoso. Mas pobre é tudo ladrão...".
Eu odeio "Vítimas das Circunstâncias". Gente que acha que, se acontece algo ruim, trata-se de uma grande injustiça cósmica, e não do resultado de suas ações anteriores.
Eu odeio a valorização do supérfluo. Quando o inútil vira diferencial. Como comprar um celular, e não outro, porque “sintoniza rádio AM”.
Eu odeio adeptos da Psicologia de Fila de Banco, que consiste em dizer que todos os problemas da psique humana são devidos a carência, necessidade de atenção, viadagem e qualquer outro desses tópicos psicológicos de domínio público, que ninguém compreende na íntegra. Mas difunde.
Eu odeio amigo herdado, que é um apêndice osmótico e inconveniente da minha amizade com outra pessoa.
Eu odeio amizade vitalícia instantânea. Odeio quando gente que eu acabei de conhecer se transforma em amigo de infância.
Eu odeio argumentação baseada em "achismos". Quando opinião pessoal vira fato (resumindo: eu odeio a Wikipédia).
Eu odeio auto-piedade quase tanto quanto odeio auto-afirmação.
Eu odeio Consciência Ambiental incoerente e inútil. Tipo, quando enchem o saco pra separar o lixo por categorias em cidades que não fazem Coleta Seletiva. Só pro lixeiro jogar a droga toda no mesmo lugar, no fim das contas.
Eu odeio discussões morais baseadas em semântica. "Como assim você quer "pegar" a menina? Não se "pega" uma dama... Se CONQUISTA uma dama!". Grande coisa. Na prática, você come a guria do mesmo jeito (come não. "Faz amor").
Eu odeio falsa intimidade. Quando alguém anda comigo uma vez, por 10 minutos, e sai dizendo pra quem quiser ouvir "Nossa, eu e o Toni vamos prá VÁRIAS quebradas juntos! Saímos direto!".
Eu odeio fone branco de MP3. O que aconteceu com o tradicionalismo do preto? Daqui a pouco vai ser que nem carro: começaram a colorir a torto e a direito e olha o Fusca azul-geladeira aí...
Eu odeio gente "engraçadona", que sempre tem uma "nova" piadinha idiota na ponta da língua, e a põe em uso sem o menor pudor. "Ah, o Toni é um cara gente boa! Nunca foi preso à toa..." e afins.
Eu odeio gente alienada, imbecil e fora da realidade.
Eu odeio gente arbitrária.
Eu odeio gente carente. Apesar de que, eu mesmo sou mais carente que a população de Serra Leoa, às vezes.
Eu odeio gente dogmática, que não consegue de jeito nenhum contestar algumas "verdades".
Eu odeio gente eufemista, que "pisa em ovos" (especialmente nos meus).
Eu odeio gente incoerente.
Eu odeio gente piegas, de opinião branda, previsível e inócua.
Eu odeio gente que empunha a Bandeira dos Excluídos ou que proclama frases de devoção e justiça imaculadas só porque é moralmente ético. Como se encher o saco abrandasse a fome na Somália ou conscientizasse os israelenses. Como se eu estivesse contribuindo pra desigualdade social só porque tenho MP3.
Eu odeio gente que guarda pão dentro da geladeira.
Eu odeio gente que me corta quando eu falo.
Mesmo sendo eu faixa preta em interromper os outros.
Eu odeio gente que quer "salvar minha vida", com pedância e conselhos bestas de calendário da Seicho No Ie. Em geral, são perdedores que não dão conta nem dos seus próprios problemas.
Eu odeio gente que repete o final da piada que acabou de contar, inadvertidamente.
Eu odeio gente que “todo mundo gosta”. Quando me dizem “Toni, você precisa conhecer o Edmar! Todo mundo adora ele!”, tenho uma certeza prévia e incontestável de que vou odiar o Edmar.
Eu odeio gente sabida demais, que coleciona fragmentos de informação inútil – e possivelmente equivocada - a respeito de assuntos desinteressantes. "Coletores de Factóides".
Odeio chefe boçal e metido a besta.
Eu odeio gente sem noção que não consegue entender sutilezas, eufemismos e tensão no ar. O tipo de gente pra quem você tem que gritar “Cara, é CLARO que eu estou chateado! Você atropelou minha mãe com um caminhão de água sanitária!” e ainda ouvir um “Ei, não precisava ser grosseiro. Eu só te fiz uma pergunta...”.
Eu odeio joguinhos, chantagenzinhas e, principalmente, charminhos. Já inventaram lubrificante com sabor. Não é mais preciso fazer cu-doce.
Eu odeio Maluco. E coloco todos no mesmo saco. Desde os maconheiros bicho-grilo que não tomam banho até os barbudos reacionários que acham que Cuba é a Disneylândia. Tudo maluco.
Eu odeio modas e modismos.
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