terça-feira, 7 de junho de 2011

PASSAGEIROS

Em 1985, passou o cometa Halley. Eu perdi. Do alto dos meus 27 anos de idade não recordo porquê não vi, se estava nublado ou se ninguém da minha família lembrou de ver.

Em 1994 houve um eclipse total do sol. É um momento que minha memória deteriorada não vai mandar para a lixeira tão cedo. Era de manhã, e eu tinha um pedaço de chapa de raio-x. No auge do eclipse a claridade se reduziu pela metade. As câmeras digitais poderiam ter surgido mais cedo.

O cometa Mc Naugh passou em 2007. Não vi, não tirei fotos. Não vi notícias nos dias que ele passou, e não fui avisado por ninguém. Fui alertado sobre ele dias depois dele ter passado. Não lembro se ele passou por aqui por Catu, se soubesse, pegaria a minha moto e iria para algum lugar vê-lo, tempo eu tinha de sobra naqueles dias. Só de ver as fotos me dá uma raiva danada, eu já tinha minha câmera. Cometa filho da puta.

Em Fevereiro de 2009 passou pelos céus o Lulin, um cometa verde e sem cauda, novinho em folha descoberto por chineses (sinal dos tempos). Olho para os céus e vejo nuvens. Olho alguns sites e só vejo fotos gringas. Mais um cometa perdido.

Mas tudo bem. Cometas passam rápido.

Pior é quando você perde uma lagoa que sempre esteve no mesmo lugar por décadas. Cansei de passar pelo Dique do Tororó, em Salvador nos tempos que eu morava lá.

Mas de repente ele nem existe mais.

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