quinta-feira, 9 de junho de 2011

UMA QUESTÃO DE EQUILÍBRIO SOCIAL


Trabalhei muito tempo num prédio que tinha ascensorista. Certo dia, depois de mais de cinco anos frequentando este prédio, ele faltou. Soube que foi a primeira vez, nos 56 anos do prédio, que o elevador ficou sem o seu comandante. Apesar do relativo caos, criou-se uma oportunidade inédita: sentar na cadeira do ascensorista.

Achei muito interessante a idéia daquele banquinho preso à parede do elevador. Não entendo porque essa idéia não é estendida aos passageiros. Poderiam ter vários banquinhos disponíveis no contorno do elevador de forma que, pelo menos quando o elevador estivesse relativamente vazio, os passageiros pudessem se sentar. E, quando estivesse cheio, o banquinho seria levantado para não atrapalhar.

Acho que essa idéia não emplacou por uma questão de equilíbrio social. Porque o direito de sentar no banquinho é um dos únicos benefícios que o ascensorista tem em relação aos demais passageiros. 

E, se todos tivessem acesso a esse benefício, os ascensoristas perderiam o diferencial de suas vidas.

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