Quando menina, ganhou de sua mãe um par de asas feitas de penas de gaivota, e as usava nas procissões do colégio em que estudava. E tanto se parecia um anjo que, passado o mês de maio, deixava-se ficar de asas às costas, o comportamento exemplar.
Quis um dia, quando faltou às aulas por preguiça, arrancar as asas que a incomodavam e, pesadas, atrapalhavam todas as brincadeiras.
Mas a cola que sua mãe usara era tão forte e se tornara tão firme com o passar do tempo, que não teve outra alternativa, senão se acostumar a elas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário