A mulher acreditava tanto que a pessoa é a sua própria casa que, pensando em se reformar, traçou uma planta com as medidas rigorosamente dentro do esquadro e pintou portas, paredes e janelas.
Plantou flores, e passarinhos esvoaçaram por entre seus olhos.
Por eles avistava-se o brilho dos lustres de cristal acesos, mas, mesmo assim, muitas vezes, embora as cortinas estivessem no lugar e se ouvisse música, percebia-se que a casa estava vazia, e que ela discretamente se retirara para o sótão onde, entre baús e teias de aranha, folheava seu velho álbum de fotografias e relia suas antigas cartas de amor.
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