segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O COVEIRO


Uma tarde de abril suave e pura
Visitava eu somente ao derradeiro
Lar; tinha ido ver a sepultura
De um ente caro, amigo verdadeiro.
 
Lá encontrei um pálido coveiro
Com a cabeça para o chão pendida;
Eu senti a minha alma entristecida
E interroguei-o: "Eterno companheiro
 
Da morte, que matou-te o coração?"
Ele apontou para uma cruz no chão,
Ali jazia o seu amor primeiro!
 
Depois, tomando a enxada gravemente,
Balbuciou, sorrindo tristemente: -
"Ai! Foi por isso que me fiz coveiro!"

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