Estou aqui, às vésperas da parada gay, mais especificamente para explicar esta personagem que figura um papel alegre, saltitante e talvez bizarro pelas ruas, shoppings e salões de cabeleireiros do bairro: A Bichinha Pobre.
A Bichinha Pobre é uma criatura sofrida. Ela tem uma vida difícil no subúrbio, criada pela avó em uma casa de dois cômodos. Mas a Bichinha Pobre tem sonhos. Sonhos de amor, sucesso e brilho. Tudo o que a Bichinha Pobre quer é brilhar nessa vida.
Ela faz curso de cabeleireira e manicure na Embellezze e sabe que na vida é preciso dar duro para alcançar seus sonhos.
A trilha sonora da Bichinha Pobre é composta por Britney Spears (momento brilho), Calypso (momento "pra dançar ") e Maria Bethânia (momento quero um amor sincero), que ela ouve no CD player Britânia em seu quarto, abraçada com seu coelhinho de pelúcia, comprado no semáforo.
A Bichinha Pobre se monta, lógico. Ela quer mostrar a que veio ao mundo. Blusinha baby look rosa mostrando a barriguinha, shortinho "stréxi" cós baixo, tênis multi-colorido de camelô. Em sua camiseta justa, a Bichinha Pobre leva no peito dizeres como "Glam Girl", "Sweet Love" e "Beach Surf Baby" compradas na lojinha do calçadão. Boné "Van Dach" na cabeça e pulseirinhas multi-coloridas no braço.
Também se cuida, lógico. Banhos de creme no cabelo repleto de reflexos loiros, com o pote de 5 quilos de "Coquetel de Frutas". O perfume é um genérico do Azarro, que se chama Arrazo, "mas a embalagem é igualzinha! O cheiro também!".
Bichinha pobre saltita, não anda. Pelos corredores dos shoppings, rebola "moooito" enquanto olha as vitrines e sonha "um dia vou comprar tudo isso aqui ó!". Vai ao cinema "Ai, Brédi Piti é tudo de bom!". Bichinha pobre adora tirar fotos, faz pose com a mãozinha no rosto, lânguida e pura. Ou sabe ser sensual, mostrando seu traseiro e fazendo cara de "loosho e poder" e retocando o gloss.
A língua presa e a voz esganiçada não impedem a Bichinha Pobre de contar seus "causos" no salão. Inicia suas histórias com "ai bein, cê num sabe". Envolvendo vizinhas barraqueiras, frentistas de posto e um paquera do forró, a Bichinha revela sua vida entre uma escovada e o secador de cabelo.
Movimentos femininos exagerados, mãozinha mole que sempre acaba na cintura.
Bichinha tem um amor não correspondido por um homem superlativo "Carlão" "Zezão" "Marcão". Gosta de homens másculos e grandes, que não dão atenção a ela, por mais que passe na frente do bar se chacoalhando toda. E a Bichinha pensa: "não sabe o que tá perdendo".
Mas a Bichinha Pobre nasceu para brilhar. E brilha como porpurina rosa choque. Domingo, as ruas estarão cheias delas. Saltitando com as blusas multicoloridas, com o gloss nos lábios, cheirando a perfume barato, abraçando todo mundo, tirando mil fotos, dançando sem parar pendurada no cangote de algum "gringo".
Domingo, o dia é delas. Essas figurinhas sapecas merecem a nossa homenagem.
A Bichinha Pobre é uma criatura sofrida. Ela tem uma vida difícil no subúrbio, criada pela avó em uma casa de dois cômodos. Mas a Bichinha Pobre tem sonhos. Sonhos de amor, sucesso e brilho. Tudo o que a Bichinha Pobre quer é brilhar nessa vida.
Ela faz curso de cabeleireira e manicure na Embellezze e sabe que na vida é preciso dar duro para alcançar seus sonhos.
A trilha sonora da Bichinha Pobre é composta por Britney Spears (momento brilho), Calypso (momento "pra dançar ") e Maria Bethânia (momento quero um amor sincero), que ela ouve no CD player Britânia em seu quarto, abraçada com seu coelhinho de pelúcia, comprado no semáforo.
A Bichinha Pobre se monta, lógico. Ela quer mostrar a que veio ao mundo. Blusinha baby look rosa mostrando a barriguinha, shortinho "stréxi" cós baixo, tênis multi-colorido de camelô. Em sua camiseta justa, a Bichinha Pobre leva no peito dizeres como "Glam Girl", "Sweet Love" e "Beach Surf Baby" compradas na lojinha do calçadão. Boné "Van Dach" na cabeça e pulseirinhas multi-coloridas no braço.
Também se cuida, lógico. Banhos de creme no cabelo repleto de reflexos loiros, com o pote de 5 quilos de "Coquetel de Frutas". O perfume é um genérico do Azarro, que se chama Arrazo, "mas a embalagem é igualzinha! O cheiro também!".
Bichinha pobre saltita, não anda. Pelos corredores dos shoppings, rebola "moooito" enquanto olha as vitrines e sonha "um dia vou comprar tudo isso aqui ó!". Vai ao cinema "Ai, Brédi Piti é tudo de bom!". Bichinha pobre adora tirar fotos, faz pose com a mãozinha no rosto, lânguida e pura. Ou sabe ser sensual, mostrando seu traseiro e fazendo cara de "loosho e poder" e retocando o gloss.
A língua presa e a voz esganiçada não impedem a Bichinha Pobre de contar seus "causos" no salão. Inicia suas histórias com "ai bein, cê num sabe". Envolvendo vizinhas barraqueiras, frentistas de posto e um paquera do forró, a Bichinha revela sua vida entre uma escovada e o secador de cabelo.
Movimentos femininos exagerados, mãozinha mole que sempre acaba na cintura.
Bichinha tem um amor não correspondido por um homem superlativo "Carlão" "Zezão" "Marcão". Gosta de homens másculos e grandes, que não dão atenção a ela, por mais que passe na frente do bar se chacoalhando toda. E a Bichinha pensa: "não sabe o que tá perdendo".
Mas a Bichinha Pobre nasceu para brilhar. E brilha como porpurina rosa choque. Domingo, as ruas estarão cheias delas. Saltitando com as blusas multicoloridas, com o gloss nos lábios, cheirando a perfume barato, abraçando todo mundo, tirando mil fotos, dançando sem parar pendurada no cangote de algum "gringo".
Domingo, o dia é delas. Essas figurinhas sapecas merecem a nossa homenagem.
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