quinta-feira, 26 de maio de 2011

MEDO DE BARATA


Eu admiro as pessoas que tem medo de barata. Porque eu tenho uma verdadeira fobia. Quem dera que fosse apenas medo.

Algumas pessoas acham estranho o fato de eu não ter medo de cobras, sapos e ratos, mas ter esse pavor incrível por barata. A diferença é que cobras, sapos e ratos, não freqüentem o ambiente da minha casa. A barata invade o meu espaço, o meu lar.

A fobia de barata já me fez passar por muitas dificuldades. É vergonhoso ter que pedir para sua esposa matar uma barata para você. Eu sei que eu sou muito mais forte do que uma barata, e que eu poderia matá-la facilmente. Mas eu não o faço, porque fico preocupado que as coleguinhas da barata queiram se vingar, afinal, elas sabem onde eu moro.

Vejam se eu não tenho 7 bons motivos para ter medo de baratas:

1- As baratas caseiras não têm nenhum papel na cadeia ecológica:

Não precisa ter dó de dar aquela chinelada: aqueles monstrengos que vez ou outra aparecem na sua casa para comer restos de comida e disseminar o pânico não têm nenhuma função nobre no equilíbrio da natureza – são só uma praga, e ainda carregam doenças. Mas as que vivem na natureza são importantes, já que contribuem para a reciclagem do material orgânico e servem de alimento para vários predadores.

2- Barata andando pela casa durante o dia não é bom sinal:

As baratas não dormem, mas sabem que é hora de se recolher quando percebem a claridade e só saem quando escurece. Dentro das casas, a hora de ficar quieta no seu canto é enquanto o homem está ativo, oferecendo mais riscos a ela. Então, se você tiver um infeliz encontro diurno com o bicho, fique atento. Baratas em atividade durante o dia indicam que a população está muito alta e não há esconderijos para todas.

3- Elas têm pelinhos no traseiro que lhes dão informações detalhadas sobre o inimigo:

Você que já tentou matá-las sabe: o bicho é rápido e tem um baita reflexo. Isso se deve em boa parte a dois pelinhos que a barata tem no traseiro, chamados cercis. Eles são capazes de perceber movimentos sutis do ar e lhe permitem obter informações sobre possíveis ameaças, como localização, tamanho e velocidade. Além disso, elas enxergam muito bem, mesmo quando não há luz, e seus ouvidos são capazes de detectar até os passos de outra barata.

4- Elas podem roer os seus lábios enquanto você dorme – e deixam ali microrganismos que causam doenças:

Esta é para você nunca mais dormir tranquilamente: as baratas têm o hábito horroroso de roer os lábios das pessoas durante o sono para pegar partículas de alimentos. Isso é ainda pior se considerarmos que os bichos podem carregar a bactéria da peste, da febre tifóide, da cólera, o vírus da poliomielite, de um tipo de herpes e ainda podem transmitir vários tipos de conjuntivite. Escova de dente, para que te quero!

5- Elas têm uma capacidade incrível de se multiplicar e os ovos vingam mesmo quando a mãe morre:

Sabe aquela gosma branca nojenta que explode quando você esmaga a barata? Aquilo é gordura e contém as reservas de nutrientes que vão alimentar as células do inseto quando faltar comida. Ali também existem algumas dezenas de ovos, que podem vingar mesmo depois que a mãe morre. A capacidade de reprodução das baratas é incrível: em 150 dias de vida, uma única fêmea consegue botar cerca de 320 baratinhas no mundo.

6- As baratas conseguem viver vários dias sem a cabeça:

Além de conseguir ficar até um mês sem se alimentar, o inseto ainda é capaz de sobreviver por vários dias sem a cabeça. É que suas principais estruturas vitais ficam espalhadas pelo abdômen e, nesses casos, um gânglio nervoso no tórax passa a coordenar os seus movimentos, permitindo que fujam das ameaças. Como seu corpo tem um revestimento de células sensíveis à luz, ela ainda pode localizar e correr para as sombras. Qual a forma mais eficaz de matá-las, então? Anote: aerossóis e outros produtos na forma líquida são eficientes contra a barata de esgoto (Periplaneta americana); para matar a barata de cozinha (Blattella germanica), as formulações gel são as mais indicadas.

7- Para fugir delas, só correndo para as calotas polares:

Apenas 1% das mais de 4 mil espécies são caseiras. As outras vivem na natureza, e são tão danadas que conseguem viver em quase todos os ambientes naturais, de desertos a florestas tropicais. A sua grande barreira ecológica é o frio intenso, mas nem adianta fugir para a Noruega ou a Finlândia: elas aparecerão em versões minúsculas e vão querer se aquecer no quentinho da sua casa nórdica. A única solução é correr para as calotas polares.

Eu realmente não entendo porque Deus resolveu criar as baratas. Pior ainda. Já que criou, eu não sei  porque  Ele não se livrou delas na ocasião do dilúvio.

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