O gato vê no quintal uma borboleta e espreita. Observa armando um bote.
Depois que ele consegue pegar, começa uma farra sádica de jogar o bicho de uma pata pra outra.
Liberta por alguns instantes, a borboleta já não voa. Meio tonta, meio danificada, ela rodopia no chão numa tentativa de recuperar os sentidos para tentar escapar.
O gato, bicho esperto, prende entre a pata e o chão uma das asas da borboleta e volta ao sadismo.
Uma mulher observa a cena. Ela não está de bom humor naquele dia.
Um dia que começou com ventanias e de repente ficou abafado. Um bom dia para observar o gato que tortura a borboleta no quintal.
Ela pensa que queria ser um gato. Queria ser mais sádica. Queria torturar gente, indefesa ou não. Ser mais instinto e menos paixão.
“Essa coisa de ser passional só leva a gente pro buraco.” – Ela pensa.
Ela faz um carinho na cabeça do gato. Levanta e pega a borboleta. Com um alfinete espeta a borboleta num quadro com outras várias borboletas de diferentes cores e tamanhos. O gato a segue e observa. Ela volta ao quintal com o gato trançando entre suas pernas enquanto caminha.
Qual dos dois é o pior?
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