Estava reformando minha casa. Mais precisamente naquela fase de comprar os últimos detalhes e organizar o novo lar.
Resolvi então ir numa loja - daquelas bem chiques - para selecionar alguns itens. Revirei a loja por mais de 1 hora e não encontrei nada que me agradasse. Exceto uma lixeira.
Era uma lixeira linda. Fashion, arrojada e, ao mesmo tempo, elegante. Apesar do preço salgado, não hesitei em comprá-la.
No mesmo dia, fui instalar a lixeira no meu novo quarto. Sentei na cadeira, abri um iogurte de morango e fiquei apreciando a minha mais nova aquisição.
No meio deste momento de puro êxtase, deparei-me com uma grande dúvida: será que eu devo colocar o papel do iogurte na minha nova lixeira?
Porque ela é uma lixeira diferenciada. Não posso depositar nela qualquer tipo de lixo. E é uma lixeira cujo design não comporta aqueles sacos plásticos internos. Resolvi então deixar o papel do iogurte na mesa e depois coloquei na lixeira da cozinha.
Daí em diante tive que tomar algumas decisões importantes. Era necessário definir prioridades e quais tipo de lixos eu iria colocar na minha lixeira. E quais seriam os critérios para determinar se um lixo merecia ou não ir para minha lixeira nova.
Decidi que cada lixo, antes de ser colocado na lixeira, teria que passar por um criterioso processo de seleção. De uma forma geral, só poderiam entrar papéis. E não amassados. Resolvi, inclusive, que seria feita uma análise rigorosa do conteúdo dos papéis. Afinal, não quero qualquer bobagem escrita na minha lixeira pós-moderna.
Com essa seleção do lixo, surgiu o problema de onde encaminhar os resíduos que não passassem pelo processo de seleção. Fui no mercado da esquina e comprei uma lixeira peba, bem simples e deixei escondida no armário. Portanto, os lixos reprovados vão para o armário. Trancados. No escuro.
É com muito orgulho que eu posso afirmar que a minha nova lixeira é, sem dúvida, um dos locais mais limpos e organizados da minha nova casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário