quinta-feira, 5 de maio de 2011

QUE CENA...

Nervos em frangalhos. 
Frangalhos, frangalhos… sempre gostei dessa palavra: Frangalhos. Um dia descubro a origem da palavra. Agora só o que me ocupa é a origem dessa confusão que se armou aqui dentro do peito. E os nervos em frangalhos.

Existe uma cena. Ela está apenas aqui. Apenas na cabeça da pessoa que a inventa. Inventa de viver essa cena repetidas vezes até se acostumar. Até não parecer tão estranho, tão anormal que ela queira viver realmente essa cena. Não tem foco. São uns borrões que se confundem. Tem personagens. São dois. E sabe-se apenas que a cena é tórrida. Agora as coisas começam a ficar mais claras. Uma mulher apoia os cotovelos no peitoril da janela e observa o movimento de carros e pessoas na rua. Ela está nua. É ruiva, bonita e está nua. 

Talvez eu não devesse tê-la feito ruiva. Talvez morena. Mas ela é ruiva. Se eu tomasse uma distância segura dessa mulher poderia entender melhor o que acontece aqui dentro. E os nervos em fragalhos. Mas ela é mesmo bonita e ruiva, nua apoiada na janela olhando pra fora, perdida numa cena. E a cena é tórrida. Ele ainda veste as calças, cinto aberto e fivela tilintando na cadência das passadas. Calmas. 

Ela distraída e ele calmo até que se tocam pela primeira vez. O homem mete a mão direita entre as pernas dela que ainda está de costas. Os dedos longos e magros tocam o interior das suas  coxas enquanto a mão esquerda pesa nas costas macias. O corpo projetado para frente deixa a bunda empinada. As pernas entreabertas. 

A mão avança sem empecilhos encontrando calor e umidade. Dentro daquela mulher os dedos se movem hábeis. O homem, que é magro como os dedos da sua mão direita, lambe os dedos. Abre as calças e segura o membro teso com a mesma mão. A ruiva de costas brancas e macias inclinada sobre a janela tem as pernas abertas e um pau metido nela. A moça da janela não tem os nervos em frangalhos. Ela goza. Ambos gozam. A cena é tórrida.

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