Faleceu na tarde de ontem, após 12 longos anos de ótimos e relevantes serviços prestados, a minha querida e inseparável mochilinha preta.
A causa-mortis ainda está sendo investigada pela autoridade competente, mas tudo leva a crer que ela tenha ocorrido em conseqüência de uma over-dose de vais e vens constantes e intermináveis, sob sol escaldante, chuva impetuosa, poeira e muita lama, embora os peritos não descartem a possibilidade de o falecimento ter sido causado por morte natural provocada pela velhice.
Foi tentado ainda, como último recurso, uma ida ao sapateiro na tentativa de uma costura recuperatória, mas a mesma foi descartada como totalmente impossível e impraticável.
Não diria que sou apaixonado, mas queria deixar bem claro o amor incondicional que eu sentia pela defunta, visto ter sido minha companheira diária e inseparável nestes últimos 12 anos, compartilhando todos os meus caminhos, segredos, aventuras e desventuras, sem ter nunca se queixado ou sequer faltado a um único dia de trabalho em toda a sua vida.
Era também bastante religiosa, visto que me acompanhou fielmente por vários anos à igreja, ao serviço de evangelização de casa em casa nos tempos que ainda era TJ, creio eu que sabendo até toda a Bíblia de cor e salteado.
Hoje, sinto grandemente a sua falta, e já tinha até mesmo reservado um prego num lugar de honra e destaque entre os quadros na parede da sala, mas a minha querida patroa, talvez motivada por ingratidão, birra ou ciúme, atiçou-a no lixo logo após o seu falecimento, sem ao menos me dar a chance de me despedir dela ou mesmo tirar uma simples e única fotografia de recordação.
Mas eu a tenho na minha lembrança perpétua.
E à novata, que está chegando agora e ocupou o seu posto, aviso de antemão que ela tem uma grande e importante responsabilidade pela frente.
Espero que se comporte com determinação, dignidade e bravura, como a dita cuja falecida, e que dure, pelo menos, a metade do tempo da sua saudosa e amada antecessora.
DESCANSE EM PAZ
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