Eu nunca toquei violão assim, de verdade. Quer dizer, na adolescência passei por aquela fase inevitável de comprar revistinhas com músicas cifradas pra poder arrasar tanto nas rodas e reuniões com as gatinhas como sozinho no meu quarto.
Foi assim que descobri o som de Raul Seixas, Rita Lee, Caetano, aprendi a tocar Beatles e os grandes clássicos da Tropicália e do iê-iê-iê. Mas, é claro, tudo isso era na base do ouvido e do improviso, meu violão tinha cordas de nylon (as de aço acabavam com meus dedos) que saíam da afinação a cada dois minutos. Mas violão não era minha praia, violão era território do meu pai.
E foi aí que, acreditando que o repertório estava meio incompleto, pedi ao meu pai que me ensinasse uma peça mais bacaninha. Algo que pelo menos desse a impressão de que eu sabia tocar alguma coisa além do ‘quem-quer-pão’.
Ele então me ensinou a Marcha do Marinheiro, que eu treinei durante dias até ficar algo próximo de decente. Papai dizia que era ótimo para causar boa impressão, porque parecia sofisticadíssimas, mas não era assim tão difícil de tocar.
Hoje, claro, eu nem me arriscaria a tocar de novo (provavelmente causaria pânico no seleto público). Mas, pra você ver o que eu já consegui fazer nesta vida, aí vai uma foto para comprovar.
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