sexta-feira, 8 de abril de 2011

HONESTAMENTE

Ao voltar de Salvador recentemente, observei dentro do ônibus em que eu estava, alguns vendedores ambulantes de doces, refrigerantes, água mineral, amendoins, frutas e coisas afins. Eles entravam, um de cada vez e tentavam com seus argumentos de venda nos empurrar seus produtos. 

Virei-me para Moni e comentei: "Tenho uma pena destes vendedores". Apesar de ter dito somente isto, estou certo de que Moni me entendeu bem. Pra vocês vou explicar agora. 

É muito honesto da parte deles tomarem a iniciativa de tentar fazer algo pra sobrevivência. Sabemos que muitos aproveitam o fato de não terem tido oportunidades boas na vida pra fazer o mal, praticar atos ilícitos. Aqueles, os do ônibus, fizeram diferente, pois apesar de também não terem tido boas oportunidades na vida, escolheram um caminho do bem. Acho que todos concordamos com isto.

Mas ainda assim, sabendo de tudo isto, sinto muita comoção quando vejo um vendedor ambulante de bar em bar tarde da noite, dentro de ônibus, na praia trabalhando debaixo de um sol forte, num calor de quase 40ºC num domingo. 

Apesar de saber que ganham a vida honestamente com o tal "suor do trabalho", fico de coração partido pensando em tudo o que eles não tem, não fazem, não comem. Fico pensando o que será que passa pela cabeça deles a cada não que recebem.

Penso o que fazem quando chegam em casa, se é quem tem uma casa. Fico imaginando se eles comemoram o Natal, o Carnaval, os aniversários deles mesmos. Muitas vezes chego até a sentir culpa por eu ter uma vida  diferente. Quem aqui nunca comprou algo que não queria de um destes ambulantes apenas pra ajudar? 

Então sabem bem o que estou querendo dizer com esta postagem. Seria muito bom que esta diferença  social não fosse tão grande. Desejei, naquela viagem, que os filhos deles tivessem melhores chances na vida. 

Desejo sempre que, apesar da vida difícil, na simplicidade deles, pelo menos, eles sejam felizes da maneira que der.

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