Outro dia eu fui ao banco – e olha que eu quase nunca vou ao banco. Em primeiro lugar, porque o banco não me quer ali de verdade. Pra me manter a quilômetros da agência, ele coloca à minha inteira disposição uma enormidade de alternativas: posso acessar os serviços pela internet, pelo meu celular, pelo telefone, posso ir a qualquer caixa eletrônico, terminais em armarinhos e supermercados, de preferência do outro lado da cidade, bem longe deles. Quem sabe até em outro estado ou país. Ou outra galáxia. Tudo para eu não pôr os pés ali.
Mas, de vez em quando a gente tem mesmo que ir até à agência. Não tem jeito. Eles ainda tentam te barrar uma última vez, no detector de metais da porta giratória. O guardinha com cara de sonso fica do outro lado do vidro, gesticulando: está com celular? moedas? chave do carro? sombrinha? marcapasso? dinamite? lança-chamas? E a gente indo e voltando e não, não é meu telefone, nem o chaveiro, estou sem moedas, isso aqui não é dinamite, é granada de mão.
Isso mesmo, queridos leitores. Depois dessa, fiquei me imaginando adentrando o banco, andando calmamente até a mesa do gerente e, apontando pra ele um pequenino clips e falar baixinho: Não grite nem faça gestos bruscos. Eu estou armado com este clips e não tenho medo de usá-la. Leve-me ao cofre da agência. Qualquer tentativa de acionar o alarme ou chamar a atenção dos guardas e eu te furo todo com ele.
Já estou até vendo as manchetes nos jornais.
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